A Sondagem Indústria da Construção de maio, divulgada na última semana de junho (23) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), apontou que embora os impactos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) ainda são graves na indústria de construção, o nível de atividade no segmento começou a registrar recuperação.
Segundo a economista do Banco de Dados da CBIC, Ieda Vasconcelos, após atingir 28,8 pontos em março e 29,4 pontos em abril, em maio o número cresceu para 37,1 pontos. “Desta forma, o indicador de atividades cresceu 7,7 pontos em maio em relação ao mês anterior”, reforça Vasconcelos.
A sondagem aponta que o índice de evolução do número de empregados registrou 37,5 pontos no mês, tendo crescido 2,8 pontos na mesma base comparação. O indicador de confiança do empresário da construção também apresenta melhora. Após atingir 34,8 em abril e 37,6 pontos em maio alcançou 42,6 pontos em junho. O resultado está mais próximo da linha divisória de 50 pontos, que separa confiança da falta de confiança. “Esses dados podem sinalizar que o pior ficou para trás e que a atividade do setor poderá ganhar mais força no segundo semestre”, diz a economista.
A pesquisa foi realizada junto a 433 empresas da construção civil, sendo 154 de pequeno porte, 193 de médio e 86 de grande porte entre os dias 1º e 10 de junho.
O presidente da Fecomércio, Sesc e Senac em Mato Grosso e Sindcomac/MT, José Wenceslau de Souza Junior avalia como positiva a expectativa do setor para o próximo semestre, considerando a taxa Selic na ordem de 2.25% ao ano. “As pessoas vão retirar seus investimentos das instituições financeiras, investindo nele mesmo, como na construção e reforma de uma casa, troca de carro, assim o setor da construção civil para o próximo semestre e para o ano de 2021 será aquecido. As pessoas querem morar em condomínio fechado, uma vida mais livre, com exercícios, uma vida parecendo a que se tem em uma cidade do interior”, pontua ele.
Para Anderson Richard, da Ginco Urbanismo, o comportamento do consumidor também sofreu impacto com a pandemia. No início houve uma retração na movimentação econômica e ao viver a experiência do isolamento social, o aumento de 60% na procura por condomínios horizontais mostrou que as famílias buscam por qualidade de vida. “A casa voltou a ser o protagonista da vida em família. A experiência de passar longos períodos dentro de casa reforçou o conceito da eficiência dos ambientes e sua relação com o bem-estar físico e mental”, acrescenta. O arquiteto Thiago Adrião percebeu a retomada do entusiasmo para construção, especialmente diante das taxas atrativas para financiamento bancário. “Construir é mais barato do que comprar pronto e com a possibilidade de ter um projeto específico para a necessidade de cada família”, acrescentou ele.
Os empresários Paulo e Gracella Gaiotti já iniciaram com os projetos para dar início à construção. “Já temos a avaliação da tipografia do terreno e agora estamos em fase de começar o projeto arquitetônico. Uma casa em condomínio é sinônimo de qualidade de vida”, finalizou ela