Com a pandemia do covid-19, os gastos com delivery cresceram 149% no último ano, segundo a Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, que analisou as despesas dos usuários com os três principais aplicativos de entregas — Rappi, Ifood e Uber Eats. Os empreendedores tiveram de se reinventar. O empresário Luiz Claudionei Mafra, morador do Jardim Imperial, também apostou nas entregas para superar a crise provocada pelo coronavírus.
Segundo ele, com a restrição de funcionamento ao público da espetaria – Mafra´s Espeto – em 2020, a demanda de pedidos pelo delivery aumentou, possibilitando a manutenção do negócio. “Os clientes são, em sua maioria, moradores aqui da região, que optam por valorizar o comércio do bairro”, comentou. Luiz conta que ao se mudar para o local, há 28 anos, o cenário era bem diferente do que é hoje. “O bairro era outro, não tinha esse desenvolvimento e essa urbanização. Com a implantação dos condomínios, especialmente o primeiro Belvedere, em 2007, tudo mudou. A valorização impactou em toda a região, movimentou o comércio e incrementou os negócios”, acrescentou ele.
“Com a implantação dos condomínios, especialmente o primeiro Belvedere, em 2007, tudo mudou”, Luiz Claudionei Mafra, empreendedor na região
Opinião compartilhada por Julio Braz, diretor Ginco, marca que comemora duas décadas de empreendimentos em Mato Grosso: “Quando chegamos no Jardim Imperial, tinha uma série de casas abandonadas. Com o Belvedere, a avenida das Palmeiras ganha outra vida, o comércio tão vibrante, os moradores mais felizes. Outros condomínios chegaram para somar ao conceito de desenvolvimento com qualidade”.
Nestas duas décadas, mais de 15 quilômetros em avenidas externas, fora dos condomínios, foram entregues para ajudar o trânsito cuiabano, bem como a urbanização de novas áreas. Além disso, Julio destaca que cada empreendimento entregue potencializa a geração de emprego. Para se ter uma ideia, no Belvedere I, são 670 casas habitadas e 82 obras em execução. “Cada obra de residência gera cerca de 20 empregos diretos, e quando pensamos nos indiretos, triplica esse número. Movimentamos uma cadeia que vai desde os arquitetos, engenheiros, construtores, prestadores de serviço, até o comércio, material de construção, móveis, eletrodomésticos e tudo isso no mercado local, gerando renda e tributos”. Na sequência, essas famílias impulsionam o movimento na economia na região.
Assim também aconteceu na região dos Florais Cuiabá, que a partir de 2002, quando foi lançado o primeiro condomínio horizontal Ginco na capital, começou a se modificar. Para o superintendente do IPDU, o arquiteto e urbanista Marcio Puga, a interação do ser humano com seu habitat é fato inegável, e a forma como o último se transforma conforme o grau de interação, ou de alteração do meio através de ações dos que ocupam aquele espaço são observados desde o início de nossa existência. “O geógrafo Milton Santos aponta que o espaço geográfico deve ser considerado como um conjunto de realizações através de funções e de formas que se apresentam como testemunho de uma história escrita por processos do passado e do presente”.
“A empresa Ginco, obedecendo todas as premissas legais, ambientais, e urbanísticas, implantou em parceria com o município, uma boa infraestrutura urbana”, Marcio Puga, superintendente do IPDU
Puga comenta que frequentemente, estudos mostram que o crescimento de cidades é um processo dinâmico e quando não planejada, causa danos ao ambiente natural, e sérios problemas ao convívio nestas áreas, devido a carência na prestação dos serviços públicos, variando desde a mobilidade, passando pela qualidade do espaço urbano indo até a segurança pública, todos influenciando negativamente a qualidade de vida. Contrapondo a esta ocupação desordenada, observa ele, quando há uma ocupação que segue as normas edilícias, que ocorre de forma planejada, legal e ambientalmente adequada, seja ela promovida pelo poder público ou pela iniciativa privada, ou pelo empenho de ambos, ocorre de forma plena o desenvolvimento urbano, agregando valor monetário à região e seu entorno, devido a boa mobilidade, a oferta equilibrada e satisfatória dos serviços públicos, o que gera por consequência bons índices de qualidade de vida. “Esta é a realidade positiva experimentada na região de expansão da ocupação urbana no extremo norte do perímetro urbano de Cuiabá, região hoje conhecida popularmente como região dos Florais, nome emprestado do primeiro empreendimento de uma incorporadora, que verificando um potencial da pujante Cidade de Cuiabá, encontrou nesta região da malha urbana a possibilidade de consolidar uma tipologia de ocupação de acordo com sua linha de atuação”, explicou.
O arquiteto acrescenta que apesar de não ser o primeiro empreendimento do tipo de condomínio urbanístico (condomínio fechado) da região, a empresa Ginco, obedecendo todas as premissas legais, ambientais, e urbanísticas, implantou em parceria com o município, uma boa infraestrutura urbana. “Esse trabalho tornou possível a implantação de vários empreendimentos, levando para esta região da cidade, o desenvolvimento responsável do meio urbano, agregando valor a região, gerando mais demanda de prestadores serviços de pequeno e médio porte, aquecendo a economia local e municipal de uma forma geral, sendo considerado um caso de sucesso no planejamento urbano da Capital”, afirma ele.
Apesar do ano desafiador de 2020 e ainda em 2021, a nova avenida projetada dos Florais continuou sendo um canteiro de obras por conta dos empreendimentos lançados pela Ginco e que serão entregues nos próximos anos. Com conceitos diferenciados, elaborados a partir de pesquisas com os consumidores, condomínios empresariais e residenciais valorizam ainda mais o contato com a natureza e a sustentabilidade. O consultor de negócios Anderson Richard aponta que a pandemia mudou os hábitos e a busca por mais espaços abertos e áreas de lazer, impactando nos empreendimentos comerciais. “É preciso estar atento ao mercado, as mudanças e as necessidades. Hoje, a saúde física, emocional e mental é a prioridade seja no lar ou no trabalho, e nos dedicamos a isso ao elaborar projetos contemporâneos e sensíveis ao mundo”, finaliza ele.