Um futuro mais sustentável, econômico e eficiente. Os consumidores estão cada vez mais exigentes e o mercado imobiliário vem agregando novos conceitos e materiais às construções. Com objetivo de minimizar os impactos ambientais, projetos sustentáveis atuam com boa gestão de insumos e resíduos, e buscam por materiais e tecnologias que garantam conforto e economia para os moradores atuais e futuros. Para a arquiteta Vanessa Koehler, desde a escolha de uma lâmpada mais eficiente, com tecnologia de Led, a compra de equipamentos com classificação A, faz diferença nos quesitos economia e cuidado com o meio ambiente. “A sustentabilidade é empregada em vários setores e começa desde o planejamento, passando pela construção e a finalização da obra”, pontua ela.
“A sustentabilidade é empregada em vários setores e começa desde o planejamento, passando pela construção e a finalização da obra”
A arquiteta comenta que a implantação da casa no terreno com sua posição adequada traz benefícios sustentáveis, privilegiando conforto térmico e luminosidade. Afinal, arquitetura vai além da estética, imprimindo ergonomia, funcionalidade, praticidade. “A localização do terreno influencia em diversos aspectos, sendo importante observar a orientação solar, ventos dominantes, metragem e topografia” explica ela.
A arquiteta e urbanista Juliana Elias acrescenta que a observação também está cada vez mais presente nos projetos de áreas comuns dos condomínios residenciais. A valorização da iluminação natural dos ambientes, por exemplo, também impacta na sustentabilidade, bem como a utilização de hortas conjuntas dentro do próprio condomínio, iniciativa que pode envolver as crianças fortalecendo o conceito de preservação dos recursos naturais e cultivo do alimento. “Vias compartilhadas ganham novo conceito, com materiais que possibilitam melhor permeabilidade e conforto térmico em relação ao asfalto. São mudanças na arquitetura que se refletem em qualidade de vida”, destaca Juliana.
A valorização da iluminação natural dos ambientes, por exemplo, também impacta na sustentabilidade
Neste pensamento reafirmam-se a preocupação com questões sustentáveis, como o consumo da água e da energia elétrica, com alternativas que gastem menos, a exemplo de placas solares. “O uso de tecnologias que permitam gerar economia de recursos e de investimento é um dos indicativos de responsabilidade ambiental. A energia solar, por exemplo, já é realidade nos projetos das áreas em comum nos novos condomínios”, afirmou Anderson Richard, da Ginco Urbanismo.
A energia solar, por exemplo, já é realidade nos projetos das áreas em comum nos novos condomínios
Para se ter uma ideia, a jardinagem das áreas comuns e a conservação de áreas de bosques no entorno dos condomínios favorece maior frescor e, consequentemente, diminui a necessidade do uso de ar condicionado.
Ao idealizar uma residência, Vanessa defende que a arquitetura deve ser saudável, citando o telhado verde, que traz conforto acústico, térmico e reaproveitamento da água: “Plantamos vegetação no telhado, podendo transformá-lo em uma cisterna, aproveitando a água da chuva”. A arquiteta orienta que a captação da água da chuva é barata e simples de se fazer. Para ela, o investimento na arquitetura sustentável é irrisório quando comparado aos seus benefícios, impactando no aumento de 5% a 10% no valor da construção convencional, no entanto o investimento inicial tem retorno na economia dos itens de consumo. Além disso, os efeitos são globais. “A construção civil em toda sua cadeia produtiva é responsável por 65% dos resíduos do mundo, contudo, uma construção sustentável reduz em cerca de 70% os resíduos sólidos”, pontuou. A arquiteta alerta ainda para a escolha da madeira certificada: “A madeira certificada é renovável, temos florestas de madeiras certificadas usadas na construção civil”.
A captação da água da chuva é barata e simples de se fazer
Tecnologia – A projeção de especialistas é de que em 2025, os projetos arquitetônicos estarão integrados ao meio ambiente e os espaços serão multifuncionais. E quem investe na construção da própria moradia também projeta uma casa inteligente, que permite a conexão de todos os ambientes e aparelhos, por meio de um toque. TV é ligada, sistema de alarme e som são acionados. Graças à inteligência artificial, isso pode ser feito inclusive por comando de voz. Segundo Vanessa, a automação reduz o consumo de energia e de água. “Uma torneira com temporizador e uma bacia sanitária com caixa acoplada com regulagem de filtragem são eficientes para evitar desperdícios. Temos muitas maneiras de aderir a sustentabilidade e ajudar o planeta”,