A prática de cultivar hortas urbanas tem ganhado cada vez mais entusiastas ao redor do mundo e a estimativa dos especialistas é que cerca de 80% da população mundial viverá nos grandes centros urbanos até 2030. No Brasil, também aumentou o cultivo de hortas urbanas e a procura por alimentos saudáveis, orgânicos, sem agrotóxicos. No quintal de casa ou nos espaços comuns de condomínios ou apartamentos, o hábito conquista adeptos de todas as idades.
Para a engenheira agrônoma Elisandra Magnani, produzir o alimento em hortas em residências ou espaços compartilhados reúne diversos benefícios, como a produção de alimento saudável, interação entre os vizinhos, diminuição do lixo orgânico e a educação de adultos e crianças no entendimento da importância de cultivar e colher. “Importante para bem-estar físico e também para o emocional, pois ao plantar com os vizinhos, valorizamos a conivência com pessoas diferentes em prol da produção do seu próprio alimento orgânico, sem utilização de aditivos químicos”, pontua ela.
Além da produção do alimento, a agrônoma destaca a redução do lixo orgânico, em que os restos de alimentos são destinados para compostagem e servem de adubação para a terra.
Em Cuiabá, os novos condomínios horizontais Florais Safira, Esmeralda e Pérola, da Ginco Urbanismo, preveem horta e pomar compartilhados, acompanhando a demanda refletida em pesquisas recentes, que apontaram o desejo por plantar e colher. O espaço terá capacidade de produção de pés e maços de hortaliças, além de temperos como alecrim, hortelã, manjericão, tomilho, orégano, pimenta, salsa e cebolinha. Os pomares de árvores frutíferas do cerrado serão distribuídos ao longo das calçadas.
Para Elisandra, o diferencial mais significativo dos condomínios novos será justamente as hortas e os pomares. “Trilhas, parques, pistas de caminhada já fazem parte de todos os condomínios, horizontais e verticais, mas esse contato mais próximo com a terra vai valorizar ainda mais os novos empreendimentos que prezam pela qualidade de vida”.
Moradora do Florais Cuiabá, a engenheira aponta que em casa também é possível criar sua própria horta, utilizando canteiros ou até mesmo vasos colocados no chão ou nas paredes, independente da metragem do local. “Tenho um pequeno espaço em minha casa e o otimizo da melhor maneira plantando temperos e folhas. Minhas filhas, de 5 e 10 anos, me acompanham no cuidado com as plantas, desde a semeadura nas bandejas até o replantio nas floreiras, aprendendo sobre o tempo da natureza. Na hora que eu quiser posso colher meus condimentos fresquinhos, na porta de casa”.
Uma dica importante é conhecer cada espécie e suas necessidades, como incidência solar, solo adequado, quantidade de água. A arquiteta e urbanista Juliana Elias aponta que desenvolver um projeto de horta proporciona benefícios econômicos, estimula hábitos mais saudáveis na infância das crianças e de todas as famílias. “É importante que o local para desenvolvimento seja apropriado e de fácil acesso para que todos possam participar (crianças, adolescentes, adultos, idosos e deficientes)”, finaliza.