Já dizia o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry: “O essencial é invisível aos olhos”, famoso trecho do clássico da literatura O pequeno príncipe. De um dia para o outro, nos isolamos e foi preciso rever os hábitos, até mesmo mudá-los. Tivemos que pensar em uma nova forma de viver. De repente, ficamos mais tempo em nossas casas, mais perto da família, mais próximos de nós mesmos. A reconexão com o que somos se tornou inevitável.
Começamos a prestar mais atenção no essencial. Mas afinal, o que é essencial? A ausência da presença de outras pessoas impactou na maneira com que percebíamos as relações humanas. Elas ficaram mais valorizadas. E constatamos que as coisas essenciais da vida estão na simplicidade e quando as perdemos, que falta nos fazem. O ar, a água, a noite, o dia, o sorriso sincero, a liberdade de caminhar e sonhar, um ombro amigo.
Pais precisaram se reinventar, tirar do baú da memória as brincadeiras com os filhos. Mudaram os móveis de lugar, transformaram suas salas em verdadeiras cavernas e acampamentos. Mesmo imersos em tecnologia, tiveram que equalizar, afinal o lúdico é atemporal e brincar será sempre o essencial na vida de uma criança.
No futuro, especialistas apontam que os ambientes serão mais fluidos. O convívio mudou, principalmente a demanda por espaços mais compactos. Estamos mais presentes em nossos lares e certamente esta mudança vai ficar como hábito mesmo depois que pudermos voltar com tranquilidade às ruas. A casa passou a ser reconhecida como protagonista: um lugar que merece mais atenção e onde o essencial basta para sermos felizes.
Nos condomínios, percebemos que as famílias começaram a se comunicar pelo muro, pela varanda, acenos nas áreas em comum. Os amplos espaços de integração se tornaram um alívio para a troca de olhares distantes que dizem: vai ficar tudo bem. Uma outra tendência se estabeleceu, o home office. E nesta conjuntura, as áreas de coworking, já inseridas nos novos condomínios horizontais residenciais, se tornaram mais uma maneira de estar perto de casa.
A consciência do que é de real valor e do que é meramente transitório exercitou nossa percepção. Abrimos mão dos excessos, reavaliamos os desperdícios, nos dedicando em apesar das notícias um tanto negativas, modificar nosso modo de pensar e sentir. É preciso ser positivo em pensamentos e sentimentos, materializando o abstrato em concreto.
O novo jeito de viver e de morar busca o essencial, tem foco no presente, entendendo-o como o tempo possível de mudanças. É uma nova maneira de pensar, é o essencial que nos torna mais humanos, solidários e felizes.
Lindo e verdadeiro