Vale a pena seguir a recomendação do poder público quanto ao uso obrigatório de máscaras em Mato Grosso, seja em espaço público ou privado. A opinião é do médico André Crepaldi, nosso convidado da live Ginco na semana passada. Ele explicou que as unidades de saúde precisam de máscaras específicas, entretanto as de pano para os comunitários (população) podem funcionar como barreira. Fácil de fazer e de higienizar, a máscara pode ajudar a reduzir o contágio do novo coronavírus. Coronavírus é uma família de vírus que pode causar danos, podendo resultar em infecções respiratórias que vão desde um resfriado até síndromes respiratórias agudas severas. O novo coronavírus (SARS-Cov-2) causa a doença denominada Covid-19.
Mas por que no início não tínhamos essa recomendação? O médico pondera que o assunto novo coronavírus é dinâmico, tema recente e a cada dia novas informações são divulgadas pelos cientistas. No começo, a avaliação que se tinha era de que a proteção proporcionada pela máscara para quem não estava doente era discreta e, pela falta do produto, era mais importante indicar o uso aos profissionais de saúde e aos doentes pelo vírus. Porém o vírus se mostrou mais transmissível do que se imaginava. Para se ter uma ideia, é possível que o contágio ocorra mesmo a metros de distância, já que os estudos mostraram que gotículas expelidas podem “boiar” no ar por 2 a 6 metros de distância.
Mas lembre-se de seguir outras sugestões quanto ao uso da máscara: que ela tenha tamanho apropriado ao seu rosto, cobrindo nariz e boca; não fique tocando-a com as suas mãos e ao retirá-la, faça pelo elástico e a leve para lavar imediatamente. André orienta que ao perceber a máscara muito úmida, é hora de trocar. Portanto, tenha mais de uma.
Ok doutor, estou usando máscara, posso relaxar? Não, o uso de máscara não dispensa as outras regras de higiene para conter esta pandemia que são: lave a mão com água e sabão por pelo menos 20 segundos; utilize álcool em gel quando não for possível lavar as mãos; evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas; mantenha distanciamento de no mínimo 1,5 metro de outra pessoa; evite aglomeração; – usar um lenço de papel para cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, e descartá-lo no lixo após o uso; não compartilhar copos, talheres e objetos de uso pessoal; limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência como maçanetas e corrimões, manter ambientes bem ventilados.
E os sintomas do Covid-19? O médico esclarece que envolvem febre, cansaço e tosse seca. Parte dos pacientes pode apresentar dores, congestão nasal, coriza, tosse e diarreia. Alguns pacientes podem ser assintomáticos, ou seja, estarem infectados pelo vírus, mas não apresentarem sintomas. O Ministério da Saúde estima que os pacientes mais jovens são os mais passíveis de não apresentar qualquer sinal da doença.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é que o período de incubação seja de 1 a 14 dias. Ou seja, o vírus teria esse tempo para se manifestar. O mais comum é a manifestação por volta de cinco dias. Mas há pessoas que não apresentam sintomas. Importante observar que a OMS calcula que 1 em cada 6 pacientes pode ter um agravamento do quadro, com dificuldades respiratórias sérias. Os públicos mais vulneráveis são idosos e pessoas com doenças crônicas (diabetes, pressão alta e doenças cardiovasculares).
O desafio é não sobrecarregar o sistema de saúde e evitar com que pessoas assintomáticas sejam vetores de transmissão do vírus. E isso significa o comprometimento de cada um.
Lembre-se, afirma o médico, de dormir, se exercitar e se alimentar bem. Juntos somos mais fortes.